sexta-feira, 1 de março de 2013

Revistas Radio Broadcast Download!


Radio Broadcast

Estou postando essas revistas como teste, os links são diretos, em PDF e é só clicar com o botão direito do mouse e selecionar "Salvar como" para baixar, se vocês clicarem vai abrir o arquivo em uma nova aba.

Gostaria de ouvir a opinião dos leitores sobre essa forma de download. Qualquer dúvida deixe um comentário ou me mandem um e-mail.


Nº03 - Maio de 1923

Nº04 - Novembro de 1923

Nº05 - Maio de 1924

Nº07 - Maio de 1925

Nº08 - Novembro de 1925

Nº15 - Maio de 1929

Nº16 - Novembro de 1929










Teste de link, Novidade e Nova Eletrônica


Teste de link, Novidade e Nova Eletrônica

Gostaria de agradecer aos leitores que deixaram comentários e aqueles que me enviaram e-mails sobre o teste dos links. Em resposta ao Mauricio, não sei porque os pdfs ficaram assim, no meu pc demora um pouco pra carregar as imagens, mas carrega, tente novamente pois pode ser o arquivo que deu problema.
Teve o colega que sugeriu que eu coloque o tamanho do arquivo junto ao link de download, isso eu vou colocar junto com os novos links.

Eu ia deixar pra avisar no mês de março, que é o mês de aniversário do blog, mas vou adiantar pra vocês ficarem sabendo da novidade.

Eu já havia entrado em contato com o site archive.org, para ver se eu poderia postar as revistas lá e usar os links aqui no blog, mas sem resposta, não tentei novamente.
Recentemente uma pessoa que contribui com o site entrou em contato comigo, depois de ler os relatos de problemas que tive no mediafire, e me perguntou se eu não queria postar as revistas no site archive.org. Depois de diversas mensagens trocadas e alguns testes, eu resolvi começar a publicar as revistas no site archive.org para ser trocados os links daqui do blog e não ter mais problemas com links quebrados, com isso eu aproveito para aumentar a visibilidade das revistas, pois sei que é mais difícil de perder esses links do que no mediafire, vai dar um bom trabalho pois tenho mais de dez mil revistas para upar, claro que algumas eu não vou postar por ser recente e ter problemas com direitos autorais, mas a grande maioria será aproveitada.

Comecei com a edição número dois da Electron e assim que terminar todas as edições dessa revista eu atualizo os links no blog. Por isso não estarei fazendo mais upload das revistas(que estão com links quebrados) no mediafire, vou fazer direto no site archive.org e atualizando conforme vou upando. Não vou mexer nas revistas que estão no mediafire por enquanto, como já estão postadas e os links bons, vou deixar essas por último.

Em relação as revistas Nova Eletrônica,  acontece que as primeiras postagens dessa revista(Nova Eletrônica parte 01, parte 02, etc..) eu postei as edições sem propagandas e agora as edições estão com propagandas.
Só está faltando a edição número 84, se alguém tiver essa edição e quiser contribuir é só me mandar por e-mail ou hospedar em algum site que baixo uma cópia pra por no blog, a edição número 13 eu estou digitalizando.

Nova Eletrônica

Nova Eletrônica

Aqui são mais algumas edições que estavam incompletas, somente na pasta, uma delas eu não tinha no blog. Aproveitando a contribuição do Honório de SP estou trocando algumas edições que não estão muito boas para arquivos mais completos e em cores, a próxima será a número treze que eu vou digitalizar.

Aproveitando o post quero avisar que atualizei alguns links de livros, mas tem alguns que eu não fiz backup e tinha somente na conta do mediafire que está suspensa, portanto alguns livros eu não vou atualizar tão cedo.
Em breve não terei mais problemas de hospedagem, estou fazendo alguns testes em um local que fará com que seja possível postar o link direto do arquivo não tendo que esperar e nem digitar nada. Vai demorar um pouco, mas vai valer a pena.

N° 12 - Fevereiro de 1978
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N° 24 - Fevereiro de 1979
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N° 94 - Dezembro de 1984
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N° 103 - Setembro de 1985
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Transístor de grafeno abre caminho para processadores reconfiguráveis


Transístor de grafeno abre caminho para processadores reconfiguráveis


O componente tem uma arquitetura diferenciada, com dois eletrodos e duas portas dispostas sobre uma folha de grafeno.


Positivo ou negativo

Os transistores, os elementos básicos dos computadores e de toda a eletrônica, são fabricados em dois sabores. São necessários transistores do tipo p (positivo) e transistores do tipo n (negativo) para construir os circuitos lógicos que formam os processadores e todos os chips. Por exemplo, recentemente engenheiros do MIT conseguiram fabricar um transistor tipo p quatro vezes mais rápido do que os atuais - agora eles estão tentando fazer o mesmo com um tipo n para que a novidade possa chegar aos processadores. Mas nenhuma barreira parece ser alta o suficiente para o "material maravilha", o grafeno, que acaba de se tornar responsável por mais um feito inédito na eletrônica: um transístor que pode ser p ou n, dependendo da necessidade.

Transístor reversível

Cientistas japoneses fabricaram um transístor de grafeno cuja polaridade pode ser revertida pela simples aplicação de uma corrente elétrica. O feito inédito significa que um transístor tipo p pode ser convertido em um transístor tipo n à vontade, conforme a necessidade do circuito. O transístor chaveável de grafeno foi construído pela equipe do Dr. Naoki Yokoyama, do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Avançadas (AIST, na sigla em inglês) do Japão. O componente tem uma arquitetura diferenciada, com dois eletrodos e duas portas dispostas sobre uma folha de grafeno. Para que o grafeno funcionasse como semicondutor, os pesquisadores criaram defeitos em sua estrutura usando um feixe de íons de hélio. Ao contrário dos transistores normais, o transístor de polaridade reversível precisa de duas tensões diferentes aplicadas em suas duas portas superiores.

Processadores configuráveis

Apesar de usar a tradicional tecnologia CMOS, o componente ainda é experimental, e terá um longo caminho antes de chegar aos processadores: ele ainda é lento, operando na faixa dos kHz, e funcionou bem apenas a -73°C. Mas a demonstração do conceito chamou a atenção da comunidade científica ao mostrar novas possibilidades de uso do grafeno, que está obtendo suporte para novas pesquisas em todo o mundo. E o novo paradigma inaugurado pelos pesquisadores japoneses certamente certamente vale uma olhada com mais detalhes. Um transístor de polaridade reversível poderá permitir nada menos do que a construção de processadores configuráveis em tempo de execução, cujos circuitos possam ser arranjados de forma a otimizar o processamento de cada tipo de problema em particular.

Fonte: Inovação Tecnológica 

Transmissores de AM



A modulação em amplitude é, sem duvida, o meio mais utilizado para a transmissão de informações à distância. A radiodifusão em ondas medias e curtas e a televisão são exemplos bastante significativos da importância deste tipo de modulação. Ela é empregada na radiocomunicação entre aeronaves e torres de controle de vôo e nos serviços de rádio-táxi e faixa-do-cidadão, sem falar nos equipamentos utilizados pelos radioamadores e nos aparelhos de radiocontrole.

Diagramas Básicos de Transmissores de AM

As Figuras 1a e 1b mostram dois circuitos muito simples. São basicamente, osciladores de radiofrequência modulados em amplitude, sendo utilizados cristais para obtenção de uma maior estabilidade de frequência. O dispositivo oscilador pode ser um transistor bipolar de junção, um FET ou uma válvula eletrônica.
O circuito da Figura 1a emprega o método da modulação síncrona. A potência de saída é proporcional ao quadrado da tensão de alimentação, que, por sua vez, consiste da soma de uma tensão continua, E, com a tensão do sinal modulador, em(t).
O circuito da Figura 1b utiliza o método da absorção para conseguir a modulação em amplitude. Um microfone de carvão e acoplado através do transformador de RF ao circuito de antena. Falando-se ao microfone, provocam-se variações em sua resistência, ocasionando uma maior ou menor absorção de potência do sinal de RF. Assim, a potência entregue a antena será a diferença entre a potência produzida pelo oscilador de RF e a absorvida pelo microfone.





Embora os circuitos da Figura 1 funcionem, os mesmos apresentam vários inconvenientes:

a) A conexão de uma antena diretamente ao oscilador prejudica a estabilidade de frequência. Isso ocorre porque a frequência de um oscilador depende de sua impedância de carga que, no caso, é a antena. Como a impedância de uma antena depende da posição de seus elementos em relação ao ambiente que a cerca, variações súbitas e imprevisíveis de impedância poderão ocorrer em caso de vento - ou em operação móvel;

b) A modulação em amplitude, sendo efetuada diretamente sobre o oscilador, gera uma modulação em frequência indesejada. Isso ocorre porque as variações de tensão aplicadas ao oscilador, como no circuito da Figura 1a, provocam alterações nas capacitâncias intereletródicas do dispositivo oscilador, que, por sua vez, fazem variar a frequência do oscilador. No circuito da Figura 1b, as variações da resistência da cápsula microfônica causam, também, alguma modulação em frequência, uma vez que o microfone faz parte da carga do oscilador;

c) A potência de saída é limitada pelo ganho de potência do dispositivo oscilador e pela máxima potência permitida sobre o cristal. Isso limita a potência de saída a cerca de 5o W, na melhor das hipóteses, se for utilizada uma válvula osciladora de potência e um cristal robusto como, por exemplo, o tipo T2. Com transistores, a potência gerada não excedera, provavelmente, uns 5 W, devido ao menor ganho de potência desses elementos;

d) O funcionamento do oscilador em alta potência aquece excessivamente seus componentes, alterando-lhes as dimensões e, em consequência, provocando mudança na frequência gerada. Esse fenômeno é conhecido como deriva térmica.

Fica evidente pelo exposto que os circuitos examinados não conseguem atender de maneira adequada a dois importantes requisitos dos transmissores de rádio, que são:

a) estabilidade de frequência;
b) potência de saída adequada.

Serão analisadas aqui as medidas necessárias para a construção de um transmissor de AM com a estabilidade de frequência e potência necessárias.


Obtenção da Estabilidade de Frequência


Para a obtenção da estabilidade de frequência exigida pelas normas técnicas das telecomunicações, que é da ordem 15 Hz por MHz, e necessária a adoção das seguintes medidas:

a) A modulação deve ser efetuada num estágio posterior ao oscilador, para evitar a modulação em frequência;

b) O circuito oscilador deve trabalhar em regime reduzido de potência, para evitar o aquecimento excessivo e diminuir a deriva térmica;

c) Um estágio separador deve ser incluído entre o oscilador e o amplificador modulado. Isso acontece porque durante o processo de modulação em alto nível ocorrem variações consideráveis na impedância de entrada do amplificador modulado. (Um separador e um amplificador de baixo nível com realimentação interna nula ou bastante reduzida. Isso evita que variações na impedância de carga afetem a impedância de entrada);

d) A utilização de estágios multiplicadores de frequência também contribui para a melhoria da estabilidade da frequência do oscilador de portadora. Isso acontece por dois motivos. O primeiro é porque a estabilidade de um oscilador de RF aumenta quando a frequência de oscilação e pequena em relação a frequência de transição do dispositivo oscilador. Por isso, um ou mais estágios multiplicadores de frequência podem ser utilizados com o objetivo de permitir uma frequência de funcionamento relativamente baixa no oscilador de portadora, mesmo em transmissores que operem na faixa de VHF. O segundo motivo para o uso de multiplicadores de frequência e porque o sinal indesejado proveniente dos últimos estágios esta fora da frequência de operação dos primeiros estágios, evitando com isso a possibilidade de realimentação. O multiplicador de frequência deve operar em baixo nível, uma vez que seu rendimento é menor do que o de um amplificador comum. Dessa maneira, sua localização correta é logo após o estágio separador. Para que o sinal de saída do multiplicador seja o mais puro possível, e necessário usar em sua saída um filtro passa-faixa bastante seletivo, eliminando a frequência fundamental e os harmônicos indesejados.

A Figura 2 mostra a localização correta dos estágios separador e multiplicador, num transmissor de radio.



Figura 2 Localização dos estágios separador e multiplicador


Obtenção de Potência de Saída Adequada

A potência de saída de um transmissor é função de alcance desejado e das normas e portarias que regulamentam as comunicações em determinado pais. Tecnicamente falando, a potência de saída necessária é conseguida pelo uso de amplificadores de potência de RF.
Transmissores de AM de potência superior a 1 W utilizam vários estágios amplificadores para a obtenção da potência desejada. Normalmente, o ganho de um estágio amplificador de potência, a de RF esta compreendido entre 3 e 100 vezes, ou seja, entre 4,8 e 20 dB. O ganho de cada estágio é função de sua potência de saída. Amplificadores transistorizados de potência elevada (acima de 30 W) geralmente fornecem um ganho de potência inferior a 5 (7 dB). Em consequência, um transmissor de AM de 50 W, por exemplo, utiliza pelo menos 3 ou 4 estágios amplificadores após o oscilador (Figura 3). Analisando-se os valores apresentados na Figura 3, percebe-se como o ganho de potência, Gp diminui com o aumento da potência de saída. Por isso, a obtenção de potência muito superiores a 50 W exige, quase sempre, o uso de amplificadores composto (amplificadores que utilizam mais de 1 transistor por estágio), com transistores associados em paralelo, em contrafase ou em ponte. Também torna-se interessante, para potências de saída superiores a 100 ou 200 W, o uso de válvulas amplificadoras, uma vez que proporcionam um ganho de potência bastante superior aos dos atuais transistores de potência de RF. Uma válvula de transmissão típico necessita de cerca de 5 W de excitação em sua entrada, para fornecer 200 W de saída, o que corresponde a um ganho de potência de 40 vezes ou 16 dB.



Figura 3 Distribuição típica de ganho de um transmissor transistorizado


Os transmissores de AM podem ser construídos segundo duas técnicas distintas:

a) Modulação em Baixo Nível;
b) Modulação em Alto Nível.


Transmissores com Modulação em Baixo Nível


Nesse tipo de transmissor, a modulação do sinal é efetuada, como o pr6prio nome indica, nos estágios de baixa potência, antes do último estágio amplificador de RF. Isso implica em que os estágios amplificadores após o modulador deverão operar linearmente. A operação linear obriga um projeto mais cuidadoso dos amplificadores de potência, tanto no que se refere à polarização dos transistores, quanto na dissipação de calor, já que os amplificadores trabalham com menor rendimento.
O transmissor que emprega modulação em baixo nível, por outro lado, tem a vantagem de tomar possível a utilização de diversos tipos de modulação, como, por exemplo, AM, DSB, SSB, FM e RTTY (radioteletipo). Isso ocorre porque o mesmo amplificador de potência pode ser utilizado na amplificação de todos os sinais.
A Figura 4 mostra o diagrama simplificado de um transmissor de AM deste tipo. A potência necessária para efetuar-se a modulação é pequena, tomando-se mais fácil obtê-la. Os estágios amplificadores após o modulador de AM fazem parte do amplificador linear. Os dispositivos amplificadores devem ser polarizados em classe A, B ou AB. A operação em classe C não é permitida por gerar muita distorção por intermodulação, principalmente por produtos de terceira ordem.


Figura 4 Transmissor de AM com modulação em baixo nível


Transmissor com Modulação em Alto Nível


Nesse tipo de transmissor a modulação ocorre somente no último estágio amplificador de potência de RF, ou seja, quando a potência já é suficiente para ser entregue a antena transmissora, tornando desnecessária a amplificação posterior do sinal modulado. Isso significa que os estágios amplificadores de potência de RF amplificam apenas a portadora. Por isso, os amplificadores utilizados são mais econômicos, pois não são necessários cuidados com relação a linearidade dos mesmos. Em contrapartida, a potência necessária para efetuar-se a modulação deve ser, pelo menos, igual à metade da potência de alimentação do amplificador de potência de RF modulado. Assim, um estágio cuja potência de saída seja de 50 W e trabalhe com um rendimento de 70%, necessitara de aproximadamente 36 W de potência, proveniente do sinal modulante.
O transmissor que emprega modulação em alto nível é mais eficiente no que diz respeito à utilização dos dispositivos amplificadores de RF e ao consumo de energia. Por isso, ele é, normalmente, o circuito mais utilizado.
A Figura 5 mostra o diagrama em blocos de um transmissor de AM com modulação em alto nível. Os níveis de potência indicados são típicos e correspondem a um rendimento de 67% do amplificador de potência de RF, de 94% do transformador de modulação e de 50% do amplificador de AF.



Figura 5 Diagrama de blocos de um transmissor de AM para a faixa de 11 metros


Agora, será feita uma analise detalhada do funcionamento de um transmissor de AM de alto nível, transistorizado, utilizado para radiocomunicação na faixa de 11 metros. O circuito analisado é típico para esta aplicação. Seu diagrama esquemático e visto na Figura 6.



Figura 6 Diagrama completo de um transmissor AM para a frequência de 27 MHz


Descrição de Funcionamento do Transmissor


Na entrada de microfone existe um filtro passa-baixa destinado a bloquear o sinal de RF captado pelo microfone. E constituído pelos capacitores C16 e C17 e pelo choque de RF XRF4, Após o filtro, tem-se o estágio de áudio Q5 que opera em classe A, em emissor comum. A saída de Q5 está ligado a um circuito ceifador a um circuito ceifador ou limitador de áudio. Sua finalidade e eliminar ou reduzir os picos do sinal de áudio provenientes do microfone.
O ceifador funciona baseado no fato de os diodos de silício não conduzirem enquanto a tensão aplicada não superar a barreira de potencial da junção, tipicamente de 0,6 V. Como os diodos, D2 e D3, estão conectados em antiparalelo com o percurso de sinal, este será limitado ao pico de 0,6 V. Isso significa que as tensões de áudio superiores a esse valor farão o diodo conduzir, ceifando-Ihes os picos (Figura 7).



Figura 7 Ação de ceifamento executada pelos diodos D1 e D2


Na saída obtém-se o sinal ceifado, ou seja, sem os picos de tensão. A vantagem desse procedimento é melhorar o nível médio de modulação, proporcionando maior inteligibilidade do sinal, para a mesma potência irradiada.
Após o ceifador, segue-se o controle de nível de modulação, R16 Esse potenciômetro dosa a quantidade de sinal de áudio que vai modular o transmissor. Os harmônicos gerados pelo ceifamento são eliminados pelo filtro passa-baixa formado pelo resistor R17 e pelos capacitores C22 e C23. Outra finalidade desse filtro e limitar a resposta em frequência do modulador para a faixa de frequência da voz. Em seguida, o sinal e amplificado por CI1 e aplicado, através do transformador de modulação T1 aos estágios excitador e amplificador de potência de RF, onde ocorre o processo de modulação.
O sinal modulante é aplicado simultaneamente aos estágios excitador e amplificador de potência de RF para que seja conseguida uma profundidade de modulação próxima a 100%, tanto no semiciclo negativo quanta no semiciclo positivo de modulação. Isso é necessário em função de dois problemas:

a) Durante o pico negativo de modulação, os transistores permitem a passagem do sinal da base para o coletor, exatamente como um diodo diretamente polarizado. Isso acontece quando a tensão instantânea que alimenta o amplificador modulado aproximada-se do zero e a tensão de excitação de base e máxima. Para contornar o problema, e necessário que a excitação do amplificador de potência seja reduzida sempre que a tensão de alimentação aproximar-se de zero.

b) Durante o pico positivo de modulação, a potência instantânea fornecida pelo amplificador de potência de RF pode chegar a quatro vezes a potência da portadora. Isso implica em que a potência de excitação devera ser igualmente aumentada.

A solução para ambos os problemas e conseguida pela modulação do estágio excitador. Durante o pico negativo de modulação, o sinal entregue por Q3 e insuficiente para fazer conduzir a junção base-coletor de Q4 e, durante o semiciclo positivo de modulação, aumenta a excitação fornecida por Q3.

1 - Oscilador de Portadora

É utilizado um oscilador a cristal para maior estabilidade de frequência. Neste circuito, o cristal tanto poderá ser cortado para um submúltiplo da frequência de transmissão, quanta poderá ser o 3º sobretom (3º "overtone"), já que existem dois elos de realimentação positiva:

1) O primeiro deles e formado pela capacitância base-emissor de Q1. A colocação do capacitor C3, entre o emissor e a massa, completa o circuito, juntamente com o cristal, que atua como indutor. Dessa maneira, o oscilador operara exatamente como um circuito Colpitts em coletor-comum. Se o cristal utilizado operar numa frequência igual a um submúltiplo da frequência de transmissão, o elo de realimentação base-emissor será o responsável pela oscilação do circuito. O circuito tanque L1/C1 devera estar, então, sintonizado no harmônico da frequência da oscilação. Assim, por exemplo, para uma frequência de transmissão de 27 MHz, o cristal a ser utilizado devera ter uma frequência de oscilação de 9 MHz.

2) O segundo elo é formado pela capacitância coletor-base de Q1. O circuito ressonante L1/C1 é ajustado de forma a ficar ligeiramente indutivo. Juntamente com o cristal, que atua como indutor, forma-se o equivalente a um oscilador Hartley em emissor-comum. Quando se utilizam cristais de 3º sobretom, a realimentação entre coletor e base toma-se a responsável pelo funcionamento do oscilador.

Para o início das oscilações, é necessária uma polarização direta da junção base-emissor, proporcionada por R1 e R2. Os valores desses resistores variam entre 1 k ohms e 100 k ohms. Os valores mais elevados, como, por exemplo, 100 k ohms para R1 e 47 k ohms para R2, são usados para a obtenção de uma grande quantidade de harmônicos na saída do circuito, uma vez que o angulo de condução do transistor fica reduzido. Isso é útil quando o estágio funciona como oscilador/multiplicador. A explicação para isso é a seguinte: tanto a corrente quanto a tensão de emissor aumentam, reduzindo a polarização direta de base. O aumento da corrente de emissor faz aumentar, também, a corrente de base. Como o divisor de tensão tem uma resistência equivalente elevada, isso ira reduzir ainda mais a polarização direta de base, gerando mais harmônicos, devido à redução do angulo de condução do transistor.
Com cristais de sobretom, são utilizados valores menores para R1 e R2, como os indicados no diagrama, justamente para aumentar o angulo de condução do transistor e reduzir a produção de harmônicos.

2 - Separador

Este estágio tem a finalidade de separar o oscilador do excitador. Proporciona algum ganho de potência (5 vezes, aproximadamente). O casamento de impedâncias entre o oscilador e o separador é proporcionado por C2. Q2 é polarizado por R4 e R5 para operação em classe A. C2 é escolhido de forma a conseguir apenas a excitação suficiente, com o objetivo de melhorar as características de isolamento do estágio, evitando a saturação do transistor, o que aumentaria a realimentação da saída para entrada. Entre o coletor de Q2 e a base de Q3 existe uma rede casadora de impedâncias em L. C7 serve também de bloqueio da tensão continua de coletor de Q2.

3 - Excitador

O sinal de portadora proveniente do separador é aplicado à base de Q3 que opera em classe B. A base é polarizada pelo próprio sinal, havendo circulação de corrente apenas no semiciclo positivo do sinal de entrada. A corrente continua resultante, ao circular pelo resistor de base, gera uma tensão negativa. O coletor de Q3 e alimentado por um choque de RF, cuja função é impedir que o sinal amplificando seja desviado para a massa através de C10, o circuito, formado por C8, L3 e C9, atua como casador de impedâncias em T, sendo a impedância de entrada de Q4 menor que a saída de Q3. O fator de qualidade da rede casadora de impedâncias fica em tomo de 8 (QL = 8), sendo determinado pelo valor de C9, juntamente com a impedância de base deQ4. R8 tem seu valor determinado tanto pela necessidade de polarização de base, quanta pelo critério de estabilidade adotado, podendo variar de algumas dezenas de ohms, ate quase 1000 ohms. Um choque de RF pode ser usado no lugar de R8 para aumentar o ganho de potência do estágio, com ligeiro prejuízo para sua estabilidade de funcionamento.

4 - Amplificador de Potência Modulado

Opera em classe B. Na saída do estágio amplificador encontra-se o filtro de harmônico de 1/2 onda, formado por C12, L5, C13, L6 e C15. O capacitor C14, conectado em paralelo com L6, ressona em 54 MHz, ou seja, no 2º harmônico da frequência de transmissão. Isso faz com que C14 e L6 atuem como armadilha de harmônico, criando uma atenuação suplementar nas frequências de atuação (Figura 8).



Figura 8 Curva de resposta do filtro de harmônico, incluindo a ação da armadilha do 2º harmônico

O casador de impedâncias entre o coletor de Q4 e o filtro de harmônicos e do tipo "L". Um detalhe que merece ser abordado refere-se à existência de um filtro passa-faixa LC-serie, oculto no casador em "L" usado neste transmissor. De fato, para que o transistor opere eficientemente, a carga de coletor deve oferecer elevada impedância para as frequências harmônicas da portadora. Esses harmônicos são provenientes da deformação causada pela operação classe B. Embora a rede "L" ofereça alguma oposição a esses harmônicos, ela não é suficiente e deve ser aumentada pela inclusão de um filtro LC série, colocado no percurso do sinal (Figura 9). O mesmo artifício é utilizado no acoplamento entre Q2 e Q3.




Detalhes do Projeto


O projeto deste circuito foi efetuado a partir da seleção dos componentes principais, ou seja, dos transistores e do circuito integrado amplificador de potência de áudio.
Os casadores de impedâncias foram calculados para os valores de impedância assinalados junto as bases e aos coletores, nos diversos estágios do circuito da Figura 6.

Prática

A montagem do transmissor da Figura 6 poderá ser feita para fins de analise, sendo proibida a sua utilização, a não ser por radioamadores habilitados e nas faixas de frequência permitidas. Os transistores Q3 e Q4, assim como o circuito integrado 2002, precisam ser montados em dissipadores de calor de alumínio, sendo que os transistores necessitam de laminas de mica, ou outro material, para isolá-los do dissipador.
Os indutores ajustáveis deverão utilizar formas de plástico com diâmetro externo entre 5 e 7 mm, por 15 a 22 mm de comprimento, com núcleo de pó de ferro roscado com furo de ajuste hexagonal, com permeabilidade relativa de aproximadamente 11. Estes materiais são fabricados pela Sontag e pela Transmóbil, ambas de São Paulo. Os indutores L1 e L2 deverão ser enrolados com fio esmaltado de diâmetro entre 0,29 e 0,54 mm. Os demais, com fio esmaltado de diâmetro entre 0,8 e 1,1 mm. Os choques de RF XRF1, XRF2 e XRF4 são fabricados pela Sontag. Os demais são construídos com fio esmaltado de diâmetro entre 0,29 e 0,42 mm.
A montagem do transmissor, em circuito impresso, devera ser feita com trilhas curtas e largas. Todos os componentes deverão ser medidos com o auxílio de uma ponte RLC para radiofrequência. Todos os capacitores utilizados nos filtros e casadores de impedâncias deverão ser de mica prateada, de cerâmica de baixa permissividade ou poliestireno (Styroflex). Os capacitores de desacoplamento da seção de RF deverão ser de disco.
Para o ajuste inicial do transmissor, deverá ser utilizada uma carga não-irradiante de 50 ohms conectada na saída do circuito. O transmissor não devera ser ligado sem carga, sobre pena de danificar-se. A tensão de alimentação devera possuir limitação de corrente, que devera ser ajustada inicialmente em 200 mA.
Alimentado o circuito, deve-se ajustar o núcleo de L1, ate obter-se oscilação, indicada pelo wattímetro. Em seguida, devem-se ajustar os indutores L2, L3 e L4 para o máximo de indicação no wattímetro. Neste ponto, pode-se aumentar o limite da corrente fornecido pela fonte para 750 mA. A potencia de saída devera atingir pelo menos 4 W, para uma corrente total de 700 mA.
Aplicando-se um gerador de 1 KHz, na entrada de modulação, é possível determinar-se o índice e a linearidade da modulação. A frequência exata da portadora, medida com um frequencímetro, poderá ser ajustada pela inclusão de um indutor ou capacitor em serie com o cristal oscilador. O indutor devera ser utilizado se a frequência estiver acima da nominal. O capacitor, se a frequência estiver abaixo.

Observação: Caso não se disponha de uma fonte com limitador de corrente, deve-se utilizar, inicialmente, um resistor de 4,7 ohms em serie com o terminal de alimentação do transmissor. Para o ajuste final, o resistor poderá ser substituído por outro de 1 ohm, ou, então, eliminado.

Pode-se utilizar um osciloscópio com ponta de baixa capacitância, para seguir o sinal através dos circuitos do transmissor, caso o mesmo não funcione de maneira correta, desde a primeira vez. Deve-se iniciar a analise pelo oscilador de portadora, conferindo se, também, as tensões e correntes de polarização nos diversos estágios, comparando-se com os valores indicados no diagrama esquemático.
Nem todos os transistores BD137 operam de maneira adequada, na frequência de 27 MHz. A capacitância entre base e coletor devera ser de aproximadamente 10 pF, com uma polarização de 9 V. Os transistores SID, NEC, ICOTRON e IBRAPE devem ser preferidos. OBD137 pode ser substituído pelo BD329. O 2N4427 pode ser substituído por dois BF494 conectados em paralelo. O 2SC1306 poderá ser substituído por dois BD329 conectados em paralelo. Estas substituições, contudo, alteram um pouco o desempenho do circuito.
O cristal utilizado tanto poderá ser de 3º sobretom, quanto de fundamental. Neste caso o cristal devera possuir uma frequência nominal igual a um terço da frequência transmitida e os resistores R1 e R2 deverão ser mudados para 100 k ohms e 47 k ohms, respectivamente.

Conclusão

A análise do circuito da Figura 6 ressalta a função dos diversos estágios de um transmissor de rádio, bem como a finalidade dos principais componentes utilizados em cada um dos estágios.
É preciso esclarecer que muitos dos princípios aqui abordados - como a utilização de osciladores que operam em baixos níveis de potência, com a finalidade de se reduzir a deriva térmica; a utilização de estágios separadores e multiplicadores de frequência, para a redução do efeito de carga sobre o oscilador de portadora; o cascateamento de amplificadores com a finalidade obter-se maior ganho de potencia; o uso de ceifadores para a limitação dos picos de modulação - são técnicas de uso geral - que ultrapassam os limites da modulação em amplitude ou, mesmo, dos equipamentos transmissores. De fato, estes princípios e técnicas são aplicáveis a todos os tipos de transmissores, de radio ou televisão, e, no caso específico dos osciladores, o uso de separadores e multiplicadores de frequência é justificado, sempre que se busca a melhoria da estabilidade em frequência, mesmo em receptores e outros equipamentos.

Fonte:
Telecomunicações
Juarez do Nascimento
Makron Books

O Transmissor de VHF - FM


Os transmissores de VHF operam quase sempre em FM. A razão para o uso da modulação em frequência em VHF deve-se a maior largura de faixa disponível nas frequências elevadas. Por outro lado, a modulação em frequência e muito suscetível ao desvanecimento seletivo (FADING), comum nas frequências destinadas às faixas de MF e HF (300 kHz A 30 MHz).
Existem diversas maneiras para obter-se um sinal modulado em frequência na faixa de VHF, de acordo com a finalidade do transmissor e o desvio de frequência utilizado. Em transmissores de radiodifusão, devido à utilização de um desvio de frequência relativamente grande, de 75 kHz, não e possível o uso de um oscilador modulado em frequência controlado a cristal. Para se conseguir o desvio necessário, deve-se utilizar um oscilador LC modulado em frequência (Figura 1).
Para manter-se a estabilidade em frequência, é utilizado um elo de controle automático de frequência do tipo PLL, onde a frequência do oscilador LC é comparada com a frequência do oscilador de referência controlado a cristal. Qualquer diferença entre a frequência do oscilador LC e a do oscilador de referência, que não seja causada pela modulação, fará com que o comparador de fase gere uma tensão de controle. Essa tensão é aplicada ao diodo varactor, fazendo variar sua capacitância e corrigindo, dessa maneira, o erro de frequência.
A função da pré-ênfase é manter o índice de modulação independente da frequência do sinal modulador; como se sabe, o índice de modulação é dado pela relação entre o desvio de frequência da portadora e a frequência do sinal modulador. Quando sua frequência aumenta, o índice de modulação diminui. Para que tal não aconteça, basta fazer a amplitude do sinal modulador proporcional a sua frequência. Dessa maneira o índice de modulação e mantido constante em toda a faixa. A pré-ênfase pode ser obtida por um circuito que reforce os sinais de frequência elevada. Em radiodifusão, o reforço começa em aproximadamente 2 kHz e termina em tome de 13 kHz.


Figura 1 - Diagrama em blocos de um transmissor de FM para radiodifusão


Os estágios oscilador, separador e pré-excitador são transistorizados. Isso acontece devido ao nível relativamente baixo de potência desses estágios. Os estágios excitador e amplificador de potência empregam válvulas eletrônicas porque a potência desses estágios e muito elevada para a utilização de transistores.
Os transmissores de FM para radiocomunicações utilizam um esquema de funcionamento diferente do encontrado nos transmissores de radiodifusão. Isso ocorre por dois motivos: o desvio de frequência utilizado é de apenas 5 kHz, o que pode ser facilmente conseguido por um oscilador modulado em frequência controlado a cristal e a potência de saída raramente ultrapassa 70 W.
Por razões que envolvem a estabilidade em frequência e a prevenção contra a ocorrência de oscilações parasitas, utilizam-se, na maior parte dos transmissores, para a faixa de VHF, estágios multiplicadores de frequência. Isso possibilita o uso de uma frequência de oscilação relativamente baixa (Figura 2). No presente caso são usados dois estágios triplicadores de frequência. Por isso, a frequência de transmissão é nove vezes maior que a frequência do cristal.


Figura 2 - Diagrama em blocos de um transmissor de VHF-FM para radiocomunicação


Deve-se salientar que os estágios multiplicadores aumentam também o desvio de frequência na mesma proporção, assim, se o desvio de frequência requerido na saída do transmissor for de 5 kHz, no oscilador o desvio necessário será nove vezes menor, ou seja, 556 Hz, o que é facilmente conseguido com um oscilador a cristal.
Nota-se no diagrama da Figura 2 o uso de um estágio limitador. Sua finalidade e impedir que seja ultrapassado o desvio máximo permitido de 5 kHz. Como o desvio de frequência depende da amplitude do sinal modulador, o desvio máximo deve ser mantido dentro do valor desejado pela limitação da amplitude do sinal modulante. Observe que o estágio limitador está colocado após o circuito de pré-ênfase. Isso é necessário para que não ocorra desvio excessivo nas frequências mais elevadas do sinal modulador.
Outro tipo de circuito utilizado na construção de transmissores de VHF-FM para radiocomunicação emprega um oscilador modulado operando numa frequência relativamente baixa, de, por exemplo, 10,7 MHz, que e posteriormente convertida para a frequência final de transmissão com o auxílio de um misturador (Figura 3). A razão para se usar esse tipo de circuito é a possibilidade que o mesmo oferece para o emprego do mesmo oscilador tanto no transmissor quanto no receptor. Isso representa uma considerável simplificação no projeto de equipamentos transceptores de rádio (um transceptor consiste de um transmissor e um receptor de rádio no mesmo equipamento). Outra vantagem desse tipo de circuito é a facilidade de se construir transceptores para diversas frequências. Um transceptor que utiliza apenas o processo de multiplicação de frequência necessita, para cada frequência diferente, de dois osciladores, um para o transmissor e o outro para o receptor. Isso não ocorre nos transceptores em que a frequência final de transmissão e obtida pelo processo de mistura, pois o mesmo oscilador e utilizado tanto no transmissor quanto no receptor.


Figura 3 - Diagrama em blocos de um transmissor de VHF-FM para radiocomunicação do tipo de heteródito

Transmissor VHF-FM para Radiocomunicação
A Figura 4 mostra o diagrama de um transmissor de VHF-FM para radiocomunicações e, a Figura 5, o diagrama de um amplificador de potência para o circuito da Figura 4. Todo o processamento do sinal de áudio do transmissor e realizado pelo circuito da Figura 6.
O transmissor da Figura 4 utiliza multiplicadores de frequência para a obtenção da frequência final de transmissão, que pode estar entre 144 MHz e 174 MHz. O desvio de frequência, durante a modulação, e igual a +/- 5 kHz.


Figura 4 - Transmissor de VHF-FM para radiocomunicação


O diagrama em blocos desse transmissor é semelhante ao apresentado na Figura 2, existindo, contudo, algumas diferenças: é utilizado um oscilador-dobrador de frequência e um amplificador de potência mais simples, de 30 W de saída, com apenas um transistor, mostrado na Figura 5.

Oscilador Modulado em Frequência é formado pelo transistor Q2, que oscila na frequência determinada pelo cristal X1. Esta frequência, que é de 27 MHz, para uma frequência de transmissão de 162 MHz, pode ser modificada seja pelo ajuste de L1, seja pela variação da tensão aplicada em D1, que é o diodo varactor encarregado da modulação em frequência.
O varactor D1, recebe uma tensão de polarização inversa proporcionada pelo divisor de tensão formado por R12 e R13, através de R11. Através de C8 e R10' o varactor recebe, também, a tensão modulante proveniente da etapa de áudio do transmissor. A combinação da tensão de polarização com a tensão modulante provoca variações na capacitância do diodo, que, por sua vez, acarretam variações na frequência produzida pelo oscilador. Estas variações correspondem a 1/6 da variação de frequência do sinal na saída do transmissor, uma vez que a frequência transmitida é seis vezes maior do que a frequência do oscilador, devido à utilização de estágios multiplicadores de frequência. O diodo zener D2 e usado para regular a tensão de alimentação do oscilador, evitando variações de frequência causadas pela variação da tensão de alimentação.
A realimentação para iniciar e manter as oscilações é proporcionada pelas capacitâncias base-coletor e base-emissor de Q2. A carga de coletor de Q2 consiste de dois circuitos ressonantes LC paralelos associados em serie. O primeiro, formado por L2/C14, atua como a impedância Z1 de um oscilador Hartley em emissor-comum, equivalendo, portanto, a um indutor. O segundo circuito, LC, e formado pelo primário de T1, em paralelo com C13, estando sintonizados no segundo harmônico do cristal, ou seja, 54 MHz, para uma frequência final de 162 MHz.
O sinal de saída é acoplado ao estágio seguinte, o triplicador de frequência por intermédio do filtro LC-serie C15/L3, sintonizado, também, em 54 MHz. Em paralelo com a base do triplicador Q3 está conectado o filtro LC paralelo C16/L4, sintonizado em 54 MHz, que, juntamente com C18, atua como um filtro rejeita faixa de 27 MHz, necessário para a total eliminação da portadora.

Triplicador de Frequência é composto pelo transistor Q3, pelo filtro de sintonia dupla formado por L5/C19 e L6/C20, sintonizado em 162 MHz. A multiplicação de frequência é obtida pela operação de Q3 em classe C, o que faz com que a sua corrente de coletor seja rica em harmônicos. O harmônico desejado - neste caso, o terceiro - é selecionado pelo filtro passa-faixa de alta seletividade conectado ao coletor de Q3. Todos os sinais são atenuados - 60 dB, pelo menos, em relação ao sinal desejado. A polarização de base é determinada tanto pelo valor de R17, quanto pelo nível do sinal proveniente do oscilador. Seu valor é escolhido de modo a reforçar a saída do terceiro harmônico, em relação aos outros sinais.
Após o triplicador de frequência, o sinal é amplificado pelos transistores Q4 e Q5, que operam em emissor-comum, em classe B. O transistor Q4 recebe uma pequena polarização inicial através do divisor de tensão R20/R21, tomando mais fácil o ajuste inicial do transmissor, pelo aumento do ganho do amplificador para sinais de pequena intensidade. O sinal amplificado é acoplado à base do estágio seguinte por meio do casador de impedâncias formado por C21, C23 e L7. Em paralelo com a base de Q5 esta conectado XRF4, enrolado sobre uma conta de ferrite de 4 mm de diâmetro externo, tendo a finalidade de estabilizar o amplificador e servir, ao mesmo tempo, de caminho para a corrente continua de base. A potência aplicada à base de Q5 é suficiente para que o mesmo forneça, na saída, cerca de 4 W. Para casar o coletor de Q5 com a linha de 50 ohms, é utilizado o casador de impedâncias formado por C25, L8, C26 e L9. O indutor L9 é utilizado para reduzir a resposta em baixa frequência, além de aumentar a seletividade do circuito, o que reduz o nível de sinais espúrios presentes nas saídas e, conseqüentemente, a possibilidade de interferências.
A alimentação dos dois últimos transistores é filtrada e desacoplada por C22/XRF3 e C24/XRF6. Os capacitores são de disco de cerâmica e sua frequência de auto-ressonância deve ser superior a frequência da portadora do transmissor.
A chave CH-1 permite o funcionamento independente da etapa de áudio e dos estágios oscilador e triplicador de frequência, o que facilita o ajuste inicial do circuito e possibilita que o sinal obtido seja utilizado para a calibração do receptor, quando o transmissor fizer parte de um transceptor de VHF-FM.

Unidade Amplificadora de Potência

A unidade amplificadora de potência é composta por um amplificador de potência classe C, em emissor-comum; um circuito de comutação de antena a diodos; um filtro de harmônicos e um acoplador direcional.


Figura 5 - Amplificador de potência para VHF-FM


Amplificador de Potência consiste de um transistor MOTOROLA MRF240, capaz de fornecer ate 40 W de saída, a partir de uma excitação de apenas 4 W, tendo, portanto, um ganho de potência igual a 10 dB. Para o casamento de impedâncias entre a entrada do amplificador de potência, que é de 50 ohms, e a base do transistor, é utilizado um casador de impedâncias do tipo "microstrip line", composto pela linha impressa LT1 e pelos capacitores de sintonia C4 e C5. Os capacitores C6 e C7 funcionam como compensadores para a reatância indutiva da base do transistor, fazendo com que a impedância vista pela linha seja uma resistência pura. Para casar o coletor do transistor amplificador de potência com a carga de 50 ohms, é utilizado o mesmo tipo de casador de impedâncias empregado no circuito de base, sendo este composto pela linha impressa LT2 e pelos capacitores C9, C11 e C12. O acoplamento do sinal de entrada e do sinal de saída é efetuado pelos capacitores C1, C2 e C3, para a entrada, e C15, C16 e C17, para a saída. A associação de três capacitores em paralelo, no lugar de um único capacitor de valor equivalente, deve-se Ii necessidade da redução da indutância residual dos capacitores empregados, que são de disco de cerâmica.
Os capacitores empregados na construção do amplificador de potência, principalmente os conectados nas linhas impressas casadoras de impedâncias, e os empregados na linha de alimentação de coletor, são de mica blindada, devido à baixa indutância residual desses componentes.

Comutador de Antena é composto por diodos PIN do tipo BA243. Esses diodos possuem a propriedade de conduzir correntes alternadas de frequência elevada, devido ao elevado tempo de armazenamento, ts, que apresentam quando diretamente polarizados por uma corrente contínua de algumas dezenas de miliampéres.
Durante a transmissão, o terminal identificado por COMUTAÇÃO recebe uma tensão positiva, fazendo com que os diodos D1 a D4 conduzam. Os diodos D1 e D2 conectam a saída do amplificador de potência com o filtro de harmônicos e, por meio deste, com a antena. Os diodos D3 e D4 conectam o terminal do indutor L6 para a massa, fazendo com que apenas uma pequena fração do sinal gerado pelo transmissor chegue ao terminal Rx, destinado à conexão de um receptor. O capacitor C19, conectado ao extremo oposto de L6, sintoniza sua reatância indutiva, fazendo com que não haja perturbação do indutor sobre o funcionamento do amplificador de potência.
Durante a recepção, é removida a corrente contínua dos diodos, fazendo com que apresentem alta impedância para os sinais captados pela antena, que, desta maneira, atingem o terminal Rx sem nenhuma atenuação. O comutador permite, portanto, que um receptor e um transmissor compartilhem da mesma antena.

Filtro de Harmônicos é composto por quatro seções de um quarto de onda conectadas em cascata. As primeiras três seções estão colocadas antes do acoplador direcional e a quarta, após o mesmo, diretamente no conector de antena. A primeira parte do filtro inclui uma armadilha para o segundo harmônico, composta pelos componentes L8 e C27, destinada a aumentar a atenuação deste harmônico. O filtro completo assegura uma atenuação de harmônicos superior, em módulo, a - 65 dB.

Acoplador Direcional é utilizado para a obtenção de uma amostra da potência direta, que é fornecida pela Unidade Amplificadora de Potência, e da potência refletida, que é a potência devolvida por uma antena que não esteja com a sua impedância exatamente igual a do transmissor. Ambas as amostras são convertidas em corrente contínua pelos diodos retificadores, sendo utilizadas para controlar a excitação do amplificador de potência, com a finalidade de manter a potência direta constante e de proteger o transistor amplificador de potência, no caso de descasamento de impedância com a antena. (A Unidade de Controle não esta incluída no circuito.)
O acoplador direcional consiste de três linhas de transmissão impressas, sendo que a central, de 50 ohms, conduz a energia de RF entre o amplificador de potência e a antena. De cada lado da linha central, dispostas paralelamente a mesma, estão duas outras linhas, de 82 ohms, que captam uma amostra do campo eletromagnético gerado pela linha central. O efeito da interação entre o campo elétrico e o campo magnético originados pela linha central sobre as linhas laterais é tal que, na extremidade da linha voltada para a carga, a tensão resultante é nula. Assim sendo, somente haverá tensão retificada pelo diodo D6, caso haja reflexão de energia por parte da antena transmissora. O diodo D5, por sua vez, estará sujeito apenas aos sinais que se propaguem do transmissor em direção a antena.

Projeto

Um transmissor de VHF-FM para radiocomunicação, que utiliza o processo da multiplicação de frequência, utiliza filtros muito seletivos para a obtenção do sinal multiplicado. Normalmente, são utilizados filtros de dupla sintonia após o estágio multiplicador de frequência. Isso é necessário para que se possa obter uma atenuação de pelo menos 60 dB da fundamental e dos harmônicos indesejados. A rejeição da fundamental pode ser aumentada pelo uso de acoplamento capacitivo entre os filtros. Ambos os processos são adotados no circuito analisado, como se pode ver na Figura 4, pela presença do filtro de dupla sintonia L5/C19 e L6/C20, colocado na saída do triplicador. O mesmo procedimento é adotado para filtrar o sinal gerado pelo oscilador modulado, onde a filtragem produzida por T1/C13 é complementada pelos filtros C15/L3 e C16/L4. Deve-se observar, neste ponto, que a filtragem dos sinais gerados pelo estágio multiplicador de frequência necessita ser feita com o máximo de cuidado, porque os estágios localizados após o multiplicador operam, quase sempre, de forma não-linear eo batimento entre os harmônicos que não tenham sido devidamente atenuados, por causa de uma filtragem inadequada, reconstituem a frequência fundamental, provocando o aparecimento de sinais afastados da frequência desejada por um valor igual ao da frequência do cristal oscilador, tomando muito grande a seletividade necessária para a sua eliminação. A falta da filtragem adequada faz com que o sinal irradiado provoque interferências prejudiciais em receptores, como os de televisão, por exemplo.

Áudio
Limitador de Desvio
Num sistema prático de comunicação por rádio, e necessário limitar-se a quantidade de modulação para evitar um desvio excessivo da frequência da portadora, sobre pena de se causar interferência em canais adjacentes. Isso e conseguido pela limitação da amplitude do sinal modulante entregue ao modulador de frequência.
O limitador de desvio consiste num tipo qualquer de ceifador, desde que adequado para os níveis de tensão de entrada e de saída. Um amplificador operando em sobrecarga e geralmente adequado para a finalidade em vista.

Filtro Passa-baixa

Após o estágio limitador, toma-se necessária a utilização de um filtro passa-baixa para eliminar os harmônicos gerados pelo ceifamento dos picos do sinal. A inclinação da curva de resposta do filtro passa-baixa deve ser de -12dB/8º preferencialmente, iniciando o corte numa frequência igual a da maior frequência do sinal modulante.

Circuito de Áudio Completo

A Figura 6 mostra um circuito de áudio adequado para ser utilizado em transmissores de FM para radiocomunicação.


Figura 6 - Circuito de áudio completo de transmissor de FM para radiocomunicação


Ele executa as seguintes funções:

1) Filtro de RF, para eliminar os sinais de RF gerados pelo próprio transmissor e captados pelo cabo de microfone. O capacitor C1 é quem executa a função.

2) Pré-ênfase, executada pelo capacitor C2, em conjunto com os resistores R2, R3 e R4.

3) Limitador é composto pelo amplificador operacional CI-1, que também atua como pré-amplificador. Os resistores R3 e R4 polarizam a entrada não-inversora com metade da tensão VCC. Os resistores R5 e R6 determinam o ganho de tensão. O ceifamento e obtido pela sobrecarga do amplificador, devido a seu elevado ganho de tensão.

4) Filtro passa-baixa é composto por R7 e R8, os capacitores C4 e C5 e o transistor Q1. É um filtro ativo de ganho unitário e apresenta uma inclinação de - 12 dB/8ª.

O resistor R1 é utilizado para alimentar a cápsula de eletreto do microfone. Caso o microfone utilizado não necessite de alimentação, R1 poderá ser eliminado do circuito.
O potenciômetro R9 é utilizado com a finalidade de ajustar o desvio máximo de frequência da portadora.

Fonte:
Telecomunicações
Juarez do Nascimento
Makron Books

48 Lecciones de radio - Tomo III

48 Lecciones de radio - Tomo III

Terceiro livro de um total de quatro, o próximo e último é o Tomo I. Na postagem do Tomo II havia falado que seria a primeira parte, infelizmente não consegui terminar a digitalização, mais algumas semanas eu finalizo. O livro está em espanhol e só para lembrar, as partes precisam estar na mesma pasta para ser extraido o livro.